Associação busca conscientizar população sobre cuidados com o coração
Marcapasso não é um assunto que faz parte do conhecimento da grande maioria dos brasileiros. Pelo senso comum, o equipamento causa exclusão e limita as atividades do portador. Contudo, há muito a conhecer sobre o aparelho, que salva vidas e, ao contrário do que se imagina, não impossibilitará o usuário de levar uma vida normal.
“O assunto é muito mal compreendido. As pessoas não sabem como o marcapasso funciona, nem quando é necessário procurar um especialista. Convivem,ainda, com uma série de mitos que envolvem os portadores do dispositivo, os quais ajudam a criar um preconceito em relação aos pacientes que receberam essas próteses excluindo-os do mercado de trabalho”, explica a cardiologista Stela Maria Vitorino Sampaio, Diretora de Comunicação da ABEC/DECA, Associação Brasileira de Arritmia, Eletrofisiologia e Estimulação Cardíaca Artificial/Departamento de Estimulação Cardíaca Artificial.
A médica indica que é preciso haver consciência para buscar especializada ajuda quando perceber que há algo de diferente no sistema cardiovascular. Ter conhecimentos prévios sobre o tema ajuda nesse momento. “Os brasileiros precisam saber da importância de procurar um cardiologista ao perceber determinados sintomas como cansaço fácil, tontura, desmaio e palpitação. Orientamos sobre como eles devem agir ao apresentar uma dessas queixas e onde buscar atendimento. Neste processo, a medida dos batimentos no pulso é fundamental para identificar possíveis alterações. Por isso, ensinamos como tomar uma medida de pulso e a importância de fazê-la de forma correta”, explica.
Segundo a especialista, muitos leigos acreditam que o portador do dispositivo não pode fazer certas atividades, tendo um dia a dia extremamente limitado. Entretanto, isso é uma inverdade. “O marcapasso, hoje, tem um tamanho reduzido. É um procedimento seguro e que pode salvar muitas vidas. Pouco tempo, depois da cirurgia, o portador poderá voltar à sua rotina normalmente”.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, por exemplo, implantou em setembro de 2016 um marcapasso. O político e sociólogo notou uma oscilação no batimento do coração e optou pela inserção da Estimulação Cardíaca Artficial. Sem muita demora, decidiu resolver o problema através de um cuidado fácil e rápido. Pôde ter salvo a própria vida.
Para ajudar a desmitificar o tema, a ABEC/DECA criou uma campanha anual de conscientização, o Dia do Portador de Marcapasso. Um dos objetivos do projeto é esclarecer a população sobre os sintomas que mostram quando é necessário o implante de marcapasso, ressincronizador e desfibrilador. A campanha anual teve sua terceira edição realizada em 23 de setembro de 2016 com o tema “Não deixe o seu coração sair do ritmo, tome uma medida de pulso”.
O marcapasso pode ajudar na melhora dos sintomas de casos selecionados de pacientes portadores de insuficiência cardíaca (Ressincronizadores), salvar vidas nos casos de portadores de bloqueios cardíacos e principalmente nos casos em que previne a morte súbita, diagnosticando e tratando as arritmias ventriculares malignas (Desfibriladores). Buscamos explicar aos portadores a importância dos controles periódicos após a implantação do aparelho, devendo ser realizados a cada 4 a 6 meses, dependendo do caso e do tempo de implante”, destaca Stela.
A cardiologista indica também que é preciso sensibilizar os gestores responsáveis pela saúde no País para que todos os pacientes que necessitem destes dispositivos tenham acesso mais fácil aos implantes de marcapasso, essincronizador e cardiodesfibrilador, principalmente, nas regiões brasileiras mais carentes. “Eles precisam estar conscientes para lutar por atendimento e tratamento corretos”, afirma.
O Brasil está extremamente atrasado no que diz respeito ao assunto. E uma das principais metas da ABEC/DECA é lutar para mudar a realidade dos marcapassos no País. Segundo dados do Censo Mundial de Marcapassos e Desfibriladores, enquanto no Brasil são implantados 190 marcapassos por milhão de habitantes, na Argentina são 382; no Uruguai 578; e em Porto Rico, 606 marcapassos por milhão de habitantes. Nos países desenvolvidos, esses números são ainda mais expressivos: 762 em Portugal, 767 nos Estados Unidos e 1.267 marcapassos por milhão de habitantes na Alemanha. Esses dados demonstram a necessidade e importância da realização da campanha do Dia do Portador de Marcapasso.
Sobre a ABEC/DECA – A ABEC/DECA – Associação Brasileira de Arritmia, Eletrofisiologia e Estimulação Cardíaca Artificial/Departamento de Estimulação Cardíaca Artificial, faz parte da Sociedade Brasileira de Cirurgia ardiovascular (SBCCV). O DECA foi fundado em 1986, por cardiologistas, cirurgiões cardíacos e outros médicos interessados no tema. Durante esses 29 anos, mantém seus objetivos de agregar, disciplinar e capacitar os profissionais da medicina, envolvidos na área de estimulação cardíaca artificial.
Atualmente, o DECA conta com mais de 700 associados em todo o Brasil, que realizam em média 18 mil implantes de marcapassos, desfibriladores e ressincronizadores por ano, para pacientes previdenciários (SUS), particulares ou conveniados.
Informações à imprensa:
Inove Comunicação – Assessoria de Imprensa da Campanha Dia do Portador
de Marcapasso, em Fortaleza – (85) 3087-9551