Hipertensão arterial atinge cerca de 30% dos adultos brasileiros; cardiologista alerta para os riscos da condição

A pressão alta costumar se desenvolver de forma assintomática, aumentando o risco de complicações cardiovasculares sérias

A hipertensão arterial sistêmica, mais conhecida como pressão alta, é um dos maiores desafios de saúde pública enfrentados atualmente no Brasil e no mundo. No Brasil, cerca de 30% dos adultos são portadores da condição, que afeta 1,4 bilhão de pessoas no mundo.

Considerando a prevalência da doença, o Ministério da Saúde celebra, todo 26 de abril, o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, como uma forma de alerta a população sobre a condição, seus sintomas, riscos e prevenção.

O cardiologista do Emilio Ribas e professor da Universidade de Fortaleza, José Carlos Pompeu, alerta que, na maioria das vezes, a pressão alta se desenvolve de forma assintomática, aumentando o risco de complicações cardiovasculares sérias, como ataques cardíacos, acidentes vasculares cerebrais (AVCs), perda visual e insuficiência renal.

“A hipertensão ocorre quando a pressão exercida pelo sangue contra as paredes das artérias permanece elevada ao longo do tempo, eventualmente causando danos nos vasos sanguíneos e órgãos vitais. Em termos médicos, a pressão arterial é considerada alta quando os valores medidos nas condições adequadas superam 130 mmHg para a pressão sistólica e 80 mmHg para a diastólica, consistentemente”, explica.

O médico ainda ressalta que o aumento da pressão arterial exige mais esforço do coração, levando a mudanças em sua estrutura e nos vasos sanguíneos. Entre as complicações cardiovasculares decorrentes da hipertensão estão a doença coronariana, os acidentes vasculares cerebrais, a insuficiência cardíaca, a insuficiência renal crônica e a retinopatia hipertensiva, uma complicação que pode levar à cegueira.

“Como uma condição silenciosa, a hipertensão muitas vezes não apresenta sintomas até que alcance níveis extremamente elevados ou mesmo emergenciais. Sintomas como dores de cabeça intensas, fadiga, visão embaçada, palpitações e sangramento nasal surgem, geralmente, no contexto de uma doença já mais avançada, requerendo, em geral, pronta intervenção médica”, destaca Pompeu.

A hipertensão pode ser classificada em primária, que representa 90% a 95% dos casos, sendo frequentemente ligada a fatores genéticos, envelhecimento, estilos de vida pouco saudáveis e interações fisiopatológicas complexas; e secundária, quando é resultante de condições médicas subjacentes tais como doenças renais ou endócrinas, ou ainda relacionada ao uso de certos medicamentos.

O tratamento da hipertensão envolve uma combinação de mudanças no estilo de vida e, quando necessário, medicamentos.

“As mudanças recomendadas incluem adotar uma dieta saudável com baixo teor de sal e gorduras saturadas, praticar exercícios físicos regularmente (após liberação médica), manter um peso saudável, limitar o consumo de álcool, a cessação do tabagismo e o gerenciamento do estresse. Para os casos que requerem intervenção farmacológica, os medicamentos anti-hipertensivos devem ser utilizados conforme prescrição médica”, detalha o cardiologista.